domingo, 29 de novembro de 2009

A Princesa e o Sapo - o novo filme Disney

"The Princess and the Frog", Walt Disney 2009

Quando se fala em filmes de desenhos animados da Disney, perspectiva-se qualidade e um sucesso de bilheteira. "The Princess and the Frog" é o novo filme de desenhos animados da Disney, criado com a técnica tradicional 2D, escrito e realizado por John Musker e Ron Clements. Esta deliciosa comédia musical, cuja banda sonora foi criada por Randy Newman, apresenta-nos uma versão irreverente e divertida do conto de fadas em que se inspirou ("A Princesa e o Sapo", dos irmãos Grimm).

Tiana, uma jovem afro-americana do Bairro Francês de Nova Orleães, cuja ambição é montar um restaurante e tornar-se rica, encontra um dia Naveem de Maldonia, um príncipe encantado em sapo, que a confunde com uma princesa, pedindo-lhe um beijo. Tiana, relutantemente beija o sapo, pensando que assim lhe devolveria a forma humana... engano dela; por não ser uma princesa, a jovem transforma-se também em sapo. A partir daqui começam as aventuras e desventuras delirantes vividas pelos dois, num esforço conjunto por quebrar tão teimoso e surpreendente feitiço, lançado pelo maligno Dr. Facilier, feiticeiro Vudu.

A personagem de Tiana é interpretada pela cantora Anika Noni Rose, cabendo as restantes interpretações a Oprah Winfrey (Eudora, a mãe de Tiana), Bruno Campos (Naveem), Keith David (Dr. Facilier), Jenifer Lewis (Mama Odie, Feiticeira Branca do Bayou, a "Fada-Madrinha" de Tiana), Jim Cummings (Ray, um pirilampo apaixonado), John Goodman (Eli "Big Daddy" la Bouff, pai da melhor amiga de Tiana), e a Michael-Leon Wooley (Louis, um amistoso jacaré, músico de jazz que toca trompete), entre outros.

Fica aqui o trailer do filme (2:23 min.) que estreia esta semana nos Estados Unidos da América e que só em Fevereiro teremos a possibilidade de ver em Portugal (basta clicar na imagem):

Em desenhos animados, a afro-americana Tiana junta-se à Galeria de Princesas Disney, da qual fazem parte a oriental Yasmin (Aladdin), a índia Pocahontas e a chinesa Mulan.

No entanto, ao contrário do que se possa pensar, não é a primeira vez que a Disney apresenta uma princesa negra, afro-americana - no remake de 1997 do musical para tv "Cinderella" (de Rodgers & Hammerstein II, 1957), produzido para a Disney, Cinderela era interpretada pela actriz afro-americana Brandy.

Abaixo podem-se ver alguns minutos desta comédia musical, basta clicar na imagem.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Fantástico Sr. Raposo (2009)


Este ano apresentaram-se nada menos do que 20 candidatos ao Óscar de Melhor Filme de Desenhos Animados de 2009.

Um deles é o "Fantástico Sr. Raposo" (Fantastic Mr. Fox), do estreante Wes Anderson, baseado no delicioso livro homónimo de Roald Dahl, que se centra na luta de 3 proprietários de quintas de galinhas, gansos e perus contra as raposas que constantemente lhes assaltam as quintas, e no engenho das raposas, empenhadas em manter o seu estilo de vida.

Mais um filme de animação de técnica tradicional, de bonecos de plasticina (os proprietários das quintas) e de peluche (animais), com personagens e cenários tipicamente ingleses. No entanto, e apesar do excelente naipe de actores que lhes emprestam as vozes - George Clooney (Sr. Fantástico Raposo), Meryl Streep (Sra. Fantástica Raposa), Bill Murray (Advogado Sr. Texugo) e de Owen Wilson (Treinador Doninha) -, e do rigor da animação, os bonecos ainda assim me parecem pouco flexíveis (em especial os animais, cujo pêlo sintético é de má qualidade, sem a habitual expressividade facial e fluidez de movimentos). Em suma, quem lê o livro e se delicia com o humor corrosivo de Roald Dahl e com as extraordinárias ilustrações do grande mestre Quentin Blake, talvez fique um nadinha decepcionado...

Fica aqui o site do filme, para se irem apreciando as suas hipóteses:

http://www.fantasticmrfoxmovie.com/

O Trailer do filme de 2:32 min. (clicar na imagem):

domingo, 15 de novembro de 2009

As Canções de Embalar do Mundo da Metronome Films

Mais uma excelente ideia em cinema de animação: a primeira (2006) de duas séries de lindíssimos desenhos animados de curta metragem, que ilustram as mais belas canções de embalar à volta do mundo, cantadas nas línguas originais de cada país, da METRONOME FILMS, com o apoio da Agência para a Cultura e Cinematografia da Federação Russa. A Arsen Gottlieb se deve a ideia do projecto e a sua produção, tendo como realizadora, Elizaveta Scvorcova.
Vale a pena visitar o site:

http://www.lull.ru/eng/about.htm

Para se verem e ouvirem as Canções de Embalar do Mundo, liguem-se ao YOUTUBE (aqui ficam alguns dos exemplos mais notáveis - é só clicar nas imagens):


Turkish Lullaby




Greek Lullaby


African Lullaby


Ukrainian Lullaby



Swedish Lullaby



Azerbaijan Lullaby



French Lullaby


Da primeira série, entre os países representados, consta a Espanha, com uma canção cigana andaluza - talvez o flamenco seja aqui demasiado vivo, quando se quer embalar o sono sereno de um bébé. Esperemos que, na segunda série, Portugal e os países lusófonos se vejam representados - o difícil será escolher entre as muitas belíssimas canções de embalar tradicionais do nosso tão rico património cultural musical...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pensar como um Génio - as Oito Estratégias

Já se debateram dias e dias com uma tela ou uma folha de papel em branco? Eu já, muitas vezes. Mas também muitas vezes desesperei perante a demasiada quantidade de hipóteses surgidas diante dos meus olhos para iniciar ou dar continuidade ao meu trabalho. Bem, descobri que não estou só. Aparentemente, estas dificuldades são partilhadas até pelos génios! Mas eles são génios por saberem utilizar produtivamente todas as hipóteses de abordagem aos problemas...

Michael Michalko, no seu livro de 1998 "Cracking Creativity: the Secrets of Creative Geniuses" (Ten Speed Press), revela as características e estratégias de pensamento criativo desenvolvidas por génios como Leonardo da Vinci, MiguelAngelo, Picasso, Bach, Mozart, Darwin, Edison ou Einstein... não é necessário rebentar a escala com o nosso Q.I.; o que é absolutamente imperativo é a flexibilidade de se permanecer aberto às múltiplas possibilidades de resposta a um mesmo problema e empenhar-se por todos os caminhos possíveis a que as respostas nos levam...

O artigo completo, extraído da revista The Futurist, Vol.32, N.º4, Maio 1998, pp.21-..., encontra-se aqui:


Boa leitura!

sábado, 3 de outubro de 2009

ILUSTRARTE 2009

O prazo de entrega de obras para a Ilustrarte, Bienal Internacional de Ilustração para a Infância, termina a 31 de Outubro.


Para mais informações, clicar na imagem:







quarta-feira, 22 de julho de 2009

Vem aí "O Menino Nicolau"!

Quem já não se riu a bandeiras despregadas com as aventuras e desventuras irresistíveis, criadas por René Goscinny e desenhadas por Sempé, do optimista Nicolau, criança de oito anos com um olhar ingénuo sobre o mundo dos adultos e complacente sobre as brincadeiras do mundo das crianças?
Para mim, é uma paixão. Com a saída recente de livros com aventuras inéditas, publicadas pela filha de René Goscinny e ilustradas por Sempé a reacenderem-nos o carinho pelas personagens (ver sites dedicados a Goscinny e ao Menino Nicolau, na coluna direita deste Blogue), vem aí o filme que, pelos trailers, será igualmente impagável!

Fica aqui o site oficial do filme, a estrear-se em França em Setembro (basta clicar na imagem) que, além de extractos do filme, inclui ainda um site pedagógico sobre a escola do pequeno Nicolau... um mimo! Enfim, a não perder.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A Mostra Vírus de Banda Desenhada, Ilustração e Animação 2009 de Leiria


Para quem frequenta as exposições realizadas na antiga Sede do Banco de Portugal em Leiria, reconhece a sua exigência de qualidade, os seus espaços amplos e cuidados, e uma montagem das exposições geralmente bem conseguida. No entanto, quer se seja habitué(e) ou não, é aborrecido deparar sempre com o facto de não haver catálogo da exposição, ou de qualquer outra informação suplementar ao visitante, para além do que os autores se disponham a eventualmente lá colocar (se de tal se lembrarem), pois tudo o que diga respeito à exposição é da inteira responsabilidade das entidades que aí expuserem, limitando-se o Banco a disponibilizar o espaço e (um esboço de) guardaria/recepção. Qualquer material de marketing dos autores e obras expostos, igualmente parece ser sempre esquecido...
Este ano a Mostra Vírus de Banda Desenhada, Ilustração e Animação de Leiria, decorreu entre 13 e 15 de Março, sob o tema "Sexta-feira 13", que deu mote ao concurso de BD e Ilustração, cuja exposição decorreu na antiga Sede do Banco de Portugal, com uma mostra de cinema de animação, feira do livro de BD e ateliers, workshops de BD e Ilustração, em diversos espaços e livrarias da cidade.

Arte de Tintar esteve lá e recolheu algumas imagens da exposição (ordem aleatória). Continuou a não haver um catálogo da exposição, mas houve alguma informação, em cartaz, sobre o curriculo vitae dos autores em destaque.

Bruno Gaspar: "Mileskine Ilustrado"

Elsa Pedrosa: "A curiosidade matou o gato".
Pedro Miguel Cardoso: "Sexta-feira 13 de Novembro de 2072"
1ºPrémio
Sandra Portela: "O outro lado do espelho" .

Sérgio Paulo Lourenço Carvalho: S/ Título
Menção Honrosa

Bruno Alexandre R. Escoval:"Quando chega este dia,
relaxo e deixo-os sair para o exterior".
2º Prémio

Duarte Belard da Fonseca: "A Empresária van Bruyn"
Sílvia Isabel Ângelo Dias: "S/ Título".
Menção Honrosa
Mário Teixeira: "As Tintas são..."

sábado, 28 de março de 2009

"Sita Sings the Blues" - o caso de Nina Paley

"Sita Sings the Blues"(2008), da cartoonista e animadora norte-americana Nina Paley, é um filme notável por diversas razões. Em primeiro lugar, é um filme catárctico, pois nele a artista expõe e ultrapassa as suas mágoas, no relato do fim do seu próprio casamento, terminado com uma seca e curta mensagem de email, enviada pelo marido, enquanto a artista se encontrava em viagem de negócios em Nova Iorque. Neste relato estão patentes todos os pequenos sinais do fim da relação que Nina viu mas que não quis ver ou compreender como tal...
Em segundo lugar, por ser refrescante observar a maestria com que foi elaborado este filme, independente das grandes produtoras de cinema de animação, que combina a técnica tradicional de desenhos animados (2D) com a técnica das sombras indianas/indonésias e da inclusão de imagens de ilustrações tradicionais indianas. Nina Paley escolheu quatro diferentes traços de desenho, para distinguir as diferentes narrativas: a história pessoal do fim do casamento de Nina é desenhada com o traço rápido, esboçado, característico da artista, história esta que se intercala e confunde com a história de Sita, esposa de Rama, rei de Ayhodhya, o protagonista de um dos maiores poemas épicos da Índia, o Ramayana. A história de Sita é narrada por sombras indianas, que vão discutindo entre si, com grande sentido de humor, a sucessão dos acontecimentos em Ramayana, apresentados na forma de ilustrações tradicionais indianas da história. Por fim, sendo um musical, a cada passo da história notabilizado por uma canção, surgem desenhos primorosos no mais pequeno detalhe, embora de síntese caricata dos estereótipos do cinema mudo do início do século XX (o estereótipo do herói de grande estatura, ombros largos e queixo forte; da bela donzela frágil, de grandes olhos pestanudos, acentuados atributos e cintura de vespa; do grande vilão de bigodes negros retorcidos...), movimentando-se igualmente como bonecos de sombras articulados.
Em terceiro lugar, porque Nina Paley combina neste filme a música indiana tradicional com canções de jazz dos anos de 1920, de Annette Hanshaw, cujos temas e ambientes surpreendentemente se enquadram de forma perfeitamente lógica na história e no estilo de desenhos criado para essas canções, proporcionando-nos momentos de enorme prazer.
Em último lugar, porque este filme se encontra no centro de duas grandes polémicas relativas aos Direitos de Autor: no que se refere ao uso das canções de Annette Hanshaw, cujos Direitos Autorais de há mais de 70 anos já cessaram, mas que os Direitos de Distribuição e de Comércio da Editora original impedem Nina Paley de poder comercializar o filme em DVD; e ainda no que se refere à opção de livre distribuição e partilha deste filme, por Nina Paley ser uma fervorosa activista da Cultura Livre, o que tem gerado polémica entre os artistas, por considerarem que isso poderá pôr em risco os seus futuros Direitos Autorais e lucros financeiros.
No entanto, acrescente-se ainda que o interesse deste filme reside igualmente no facto de a artista, perante o fracasso do seu casamento, na impossibilidade daquela relação amorosa, (na impossibilidade de satisfazer a sua pulsão naquele sentido), transferir essas energias para a criação e produção bem sucedida de uma obra artística com base na sua experiência pessoal, numa partilha que foi e que continua a ir ao encontro da experiência de milhares de pessoas à volta do mundo, constituindo mais um bom exemplo da sublimação freudiana, [1] conceito retomado por Lacan,[2] também do ponto de vista artístico.
Este filme foi realizado por Nina Paley de forma parcelar, por episódios, reunidos em versão longa em 2008, tendo sido apresentado no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em Fevereiro desse ano.
Para ver o trailer do filme, clique na imagem. Para ver o filme na sua versão integral, clique no link disponibilizado em "Filmes de Desenho Animado", na coluna direita deste blogue.

Aqui ficam referidos o site do filme:

www.sitasingstheblues.com/

E o blogue da artista, com a sua biografia e outros trabalhos:

www.ninapaley.com/

Notas:

[1] "A sublimação das pulsões constitui um dos traços que mais sobressaem do desenvolvimento cultural; é ela que permite as actividades psíquicas elevadas, científcas, artísticas ou ideológicas, desempenhando um papel bastante importante na vida dos seres civilizados."

(Sigmund Freud, Mal Estar na Civilização, 1930)

[2] E conforme é explicado exemplarmente pelo Prof. Doutor João Peneda, no seu ensaio "Pulsão e Sublimação":

"Assim, se a experiência do sublime proporcionava uma experiência que apresenta a inadequação, a impossibilidade de atingir a Coisa, objecto perdido do desejo, sublinhando que a Coisa está para além do representável, o objecto artístico, por seu lado, vem ocupar o lugar da Coisa em falta, "vem envolver esse vazio"; a esse respeito, temos o exemplo de Lacan do vaso como objecto primordial da produção humana, mostrando que o objecto artístico é um "certo modo de organização em torno desse vazio" (S-VII, p. 162). Deste modo, na sublimação, o objecto artístico vem substituir-se à Coisa em falta, representa em parte o gozo perdido; só que, ao contrário do que sucede no sintoma, aqui o sujeito não está submetido a um gozo acéfalo que o percorre, mas conquista supremacia ao domar e modelar esse gozo segundo os propósitos da sua arte."

(Peneda, João, in "Pulsão e Sublimação", Carta ACF 14, Jan.-Mar. 2000, § 13)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Mestre Lagoa Henriques (1923-2009)

O Mestre Lagoa Henriques deixou-nos a 21 de Fevereiro. O seu legado permanece vivo nos corações de todos os que tiveram o privilégio de com ele conviver e/ou de assistir às suas aulas na universidade. As suas obras permanecerão admiradas em colecções particulares, museus, espaços públicos.
De entre as homenagens a este grande Escultor e Professor, aqui ficam apontadas três:

A sentida homenagem prestada no Blogue do Mestrado de Pintura da FBAUL:

http://mestradopintura.blogspot.com/2009/02/faleceu-o-mestre-lagoa.html

A homenagem do Senhor Doutor António Valdemar, Presidente da Academia Nacional de Belas Artes - Lagoa Henriques, Presença e Afirmação:

http://www.a23online.com/portal/?p=1761

E o magnífico texto de José Saramago, escrito nos anos de 1970, A Oficina do Escultor, publicado no Blogue da sua Fundação:

Abert Barillé (1921-2009)

Quem não se lembra do sábio Maestro, que nos maravilhava com o seu saber na série de televisão "Era uma Vez... o Homem", anunciada ao som de um excerto da majestosa Toccata e Fuga em Ré Menor BWV - 565, de Johann Sebastian Bach?

Albert Barillé, filósofo, autor de peças de teatro e de documentários médicos, foi o autor, argumentista, cartoonista, realizador e produtor da célebre série televisiva da FR3 "Era uma vez... o Homem", de 1979, a que se seguiu, em 1982,"Era uma vez... o Espaço"; em 1986, "Era uma vez... a Vida"; em 1991, "Era uma vez... as Américas"; em 1994 "Era uma vez... os Descobridores"; em 1997, "Era uma vez... os Exploradores"; em 2007, "Era uma vez... a Música"; e em 2008, "Era uma vez... a nossa Terra". As séries "Era uma vez...", à excepção das duas últimas, foram exportadas para mais de 120 países. A série "Era uma vez... o Homem" foi galardoada com o Prémio Soleil d'Or (Melhor Emissão para a Juventude) e "Era uma vez... a Vida" recebeu o Prémio Sept d'Or (Melhor Emissão para a Juventude) e, pelo conjunto da sua obra, Albert Barillé recebeu a Medaille de Vermeil de la Création Française.

O seu primeiro grande êxito foi em 1974, com a produção da série de marionetas animadas "As Aventuras do Ursinho Calargol" ("...que canta em Fá e em Sol"), criado nos anos de 1950 pela escritora francesa Olga Pouchine. Para a realização desta série, em produção independente, pediu a colaboração do estúdio de animação polaco SE-MA-FOR e contratou o artista animador polaco Tadeusz Wilkosz.

Albert Barillé fundou o Estúdio PROCIDIS que iria produzir todas as suas séries. Os vídeo-clips das séries podem ser vistos no site do estúdio:

http://www.procidis.com/gb/debut.html

Em 2001 produziu "Zooriginaux" (em inglês: "Wild Instinct"), em que os animais do Zoo se mostram muito sofisticados, fora dos olhares humanos:

http://www.ipexview.com/solution/videos/Procidis/Wild_Instinct/658/

A sua última série, de 2008, "Era uma vez... a nossa Terra" (em sensibilização para a protecção do Meio Ambiente), está a ser transmitida pela France3 e Gulli.

Albert Barillé criou desenhos animados originais, europeus, com uma finalidade pedagógica, para além da lúdica, tornando acessíveis às crianças e jovens conhecimentos sobre a História, a Ciência e a Filosofia, deixando um legado pedagógico e afectivo inestimável.

A sua mensagem para pais e educadores:

"Façam as nossas crianças querer saber, despertem a sua curiosidade. Tratem-nas igualmente como pessoas por direito próprio, que compreendem muito mais do que os adultos crêem. Elas tornar-se-ão mais fortes e ser-vos-ão gratas por isso."

Faleceu a 11 de Fevereiro em Neuilly.

Osvaldo Cavandolli (1920-2007)

O cartoonista italiano Osvaldo "Cava" Cavandoli, criou em 1969 a famosa série La Linea, com episódios de poucos minutos, que apareceu em todas as estações televisivas europeias e em mais de 40 países à volta do mundo, ganhando prémios internacionais (1972: Annecy, 1973: Zagreb).
A 1 de Janeiro teria feito 89 anos. Aqui fica a homenagem através da referência à excelente entrevista "Osvaldo Cavandoli - un Artigiano dell'Humorismo" (Progetto di Massimo Cecconi):

http://www.youtube.com/watch?v=Fzcx7H2vaFY&NR=1

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

"Tintar?"

Ainda a minha prima era muito pequenina e já brincava com as cores. Fazia uns rabiscos deliciosos, muito expressivos, com humor, pintando-os com todo o cuidado. Um dia, chegando ao pé dela, vendo-a muito atarefada de volta de um papel, canetas de feltro espalhadas na mesa, perguntei-lhe o que estava a pintar. Resposta: "Não estou a pintar, estou a tintar." "A tintar? Não queres dizer pintar?" "Não. Tintar. Tinta, tintar", respondeu-me ela com firmeza, olhando-me alguns segundos nos olhos, surpreendida com a minha pergunta. Depois, sem se demorar em mais conversas, estando tudo dito, baixou o olhar para a sua pintura, de novo concentrada no trabalho. Tinhas razão Rebeca, os adultos esquecem-se tanto da lógica das coisas! Fica então aqui um site em honra das Artes de Tintar.